fevereiro 11, 2018

Sobre saídas da aeronave

Se jogar de uma aeronave a 12.000 pés com velocidade de 250Km a 300Km/h é uma brincadeira das mais divertidas.


Entretanto, para que possa curtir mais e melhor o salto, o paraquedista deve escolher a melhor saída, considerando o tipo de aeronave, a posição da porta na fuselagem da mesma e seu posicionamento em relação aos demais paraquedistas que eventualmente possam estar com ele no salto.

Uma boa prática é escolher e treinar no solo o tipo de saída que se fará, afim de que no momento do lançamento cada um saiba exatamente o que vai fazer. O que não garante que tudo sairá como planejado, afinal, muitos fatores estão intrinsecamente envolvidos neste procedimento.


Uma saída sempre será melhor se você souber exatamente que parte do seu corpo deve estar apresentada para o vento relativo. Para isto, o ideal é que cada um dos paraquedistas que estiverem na saída saibam e executem exatamente o que foi programado no treinamento no solo.


Os paraquedistas que estiveram do lado de fora do avião, (FLOATERS) deixarão a aeronave olhando para um ponto dela, geralmente a asa ou a própria porta, (muitos paraquedistas podem estar na porta, mas 4 posições possuem nomenclatura especial: ( outside-point / outside-center/ outside-tail / cameraman ) enquanto os paraquedistas que estiverem no interior da aeronave (DIVERS) (algumas posições também possuem nomenclatura especial: ( inside-point / inside-center / inside-tail ) se lançarão em direção diversa, dependendo de sua localização na porta em relação aos demais paraquedistas.

Há duas formas de sair, quando existem mais de dois paraquedistas na porta.
a) a primeira maneira é baseada no tempo de lançamento, quando haverá um "GAP" entre o primeiro e o último paraquedista a se soltar do estribo da aeronave;;
b) a segunda maneira se baseia na intensidade do impulso que cada Floater imprimirá para melhor receber o vento relativo.

Quanto aos paraquedistas no interior da aeronave, observamos aquele que estiver mais próximo da asa, se lançará para frente como um goleiro, oferecendo o peito ao vento relativo, sua mão e seu braço que estiverem voltados para o meio da porta estarão mais baixos do que a mão e o braço do lado oposto, eles também olharão para a aeronave, mas apenas com sua visão periférica, já que sua referência será a base da formação, o COACH ou o LO do treinamento. O Diver que estiver próximo aos paraquedistas da porta, do lado do "profundor" dará um "passo em falso", como se estivesse tropeçando no ar, assim ambos os divers que se lançam poderão receber o vento relativo.

Se houverem outros paraquedistas saindo do interior da aeronave em uma segunda linha, os mesmos seguem uma regra semelhante, entretanto, quanto mais afastado da porta o Diver estiver, mais impulso ele dará no lançamento e mais imbicado para baixo se jogará, como se lançando em direção aos demais DIVERS.



Após a segunda linha se DIVERS os paraquedistas deixam a aeronave já em direção à formação, afim de ganhar tempo e chegar rapidamente no seu SLOT para efetuar o GRIPP.

A segurança de todos depende da atitude de cada um, por isso é importante considerar alguns aspectos nos saltos com 2 ou mais paraquedistas:

1 - Faça exatamente o que foi programado e treinado no solo, não invente nada durante o tempo que estiver na aeronave, muito menos durante o salto;
2 - Se ocorrer algum imprevisto durante o salto, certifique-se de que o procedimento que você fará para retornar à programação do salto não colocará ninguém em risco;
3 - Se por ventura você se encontrar acima ou abaixo dos demais paraquedistas e perceber que não haverá possibilidade de entrar na formação, mantenha contato visual e comande com o seguinte critério.
     a) se estiver acima da formação, comande mais alto conforme o que tenha sido combinado em solo;
     b) se estiver abaixo da formação, comande mais baixo do que os demais paraquedistas, sempre observando-os.
     c) Em ambas as situações, faça o track de afastamento observando os demais.
4 - Existem dois conjuntos de linhas imaginárias que traçamos nos saltos com 3 ou mais paraquedistas. Elas sâo chamadas de "Quadrantes" (espaços criados por linhas que traçamos cortando a figura da base como uma piza) e "Radiais" (espaço de subdivisão dos quadrantes) que determinam o traçado de deslocamento dos paraquedistas entre a saída da aeronave e o gripp na formação.

O ideal é que cada paraquedista que compõe o grupo do salto observe e mantenha-se em seu "QUADRANTE" e em sua "RADIAL", afim de evitar as áreas chamadas de "ZONA VERMELHA", que são as áreas acima e abaixo de outro paraquedista.

Estas áreas, "CONES IMAGINÁRIOS" são perigosas pois representam risco de perda de sustentação para o paraquedista que esteja acima quando outro se coloca abaixo dele.