julho 05, 2016

Segurança. Palavra de ordem no paraquedismo






No solo faz-se um “plano de voo”, “briefing” sobre o tipo de salto (voo solo, ou em formação envolvendo 02 ou mais paraquedistas) podendo ser em estilos diferentes ou seja: belly (barriga) , free fly (estilo livre), tracking (deslocamento), saltos em formação (TR – Trabalho Relativo).

Faz-se uma simulação em solo das manobras que estarão previstas, muito importante verificar a direção do vento, baseando-se na “biruta” instrumento que dá a direção do vento e caso a mesma não esteja inflada de forma bem definida, devemos nos basear na “seta” que determinará a direção em que devemos pousar ou seja: “de nariz”, contra o vento, evitando curvas baixas e vento de través (vento lateral) e de costas o que pode tornar o pouso muito arriscado.

Vale dizer que a direção do vento pode se alterar durante a subida antes mesmo do lançamento, e sendo assim; uma mudança do plano antes do pouso deverá ocorrer para que seja ajustada essa nova situação. O princípio é o mesmo utilizado para pouso e decolagens de aeronaves aonde consideramos que o nosso velame (paraquedas) é a nossa “asa” que vai nos permitir, desde que em boa ordem de funcionamento e com os comandos adequados realizados pelo paraquedista, um pouso suave e seguro. A direção do vento vai nos indicar qual será a nossa “área de espera” (faixa compreendida entre os 2.500 a 1.500 pés) antes de iniciarmos os procedimentos finais (pontos A: 1000 pés, B: 600 pés e C: 300 pés) para o pouso.

As áreas costumam ter preferência de curva em relação ao alvo, outro detalhe fundamental a ser considerado antes do paraquedista subir para ser lançado é a velocidade do vento que pode inclusive variar entre camadas (altitudes diferentes) e sendo assim existem restrições baseadas na categoria e experiência de cada paraquedista, camadas de nuvens também são consideradas pois elas comprometem a visibilidade durante o salto.
No “briefing” (reunião antes do salto) muitas vezes utiliza-se a fotografia aérea que toda área de salto bem estruturada possui, essa fotografia facilita o entendimento da trajetória à ser planejada. Antes da saída verifica-se o PS (ponto de saída / lançamento) e todas as suas variáveis – sentido do avião em relação a área de pouso, e uma das mais importantes principalmente para os deslocamentos tipo tracking em alta velocidade e com alcance significativo na horizontal.

Ao se preparar para embarcar faz-se uma primeira checagem visual do equipamento e dos seus dispositivos de segurança. Após a equipagem é feita uma nova checagem em solo antes do embarque na aeronave (normalmente auxiliado por outro paraquedista) e, recomenda-se uma terceira checagem à bordo momentos antes do lançamento.

Dentro da aeronave evitam-se movimentos bruscos para evitar contatos desnecessários com a finalidade de preservar a integridade do equipamento evitando também acidentes tais como uma abertura precipitada e indesejada do equipamento o que poderia comprometer seriamente a segurança de todos dentro da aeronave.
Antes da entrada na aeronave os paraquedistas trocam informações que determinarão a sequência /ordem de lançamento(saltos) visando garantir a segurança e, para isso; são considerados: tipo do salto que será realizado por cada paraquedista, altitude prevista de comando (abertura) do seu respectivo paraquedas, peso do paraquedista e o tamanho do velame (paraquedas), normalmente os saltos em formação são os primeiros à saírem, o deslocamento dos paraquedistas dentro da aeronave também segue uma ordem racional visando o balanceamento/distribuição do peso de forma a manter a aeronave equilibrada, saltos tipo tandem (duplos) costumam ser lançados por último. Após essas informações serem processadas fica estabelecida uma ordem lógica que irá determinar o lugar que cada paraquedista ocupará sentado dentro da aeronave e é recomendável procurar saber sobre a cor dos velames principalmente dos paraquedistas que deverão saltar próximo a sua ordem de sequência, isso pode ajudar numa avaliação do trafego durante a pilotagem do seu velame e contribuindo para diminuir desta forma possíveis riscos de colisão. São também adotados os seguintes procedimentos de segurança:
1. Entrada na aeronave com o capacete vestido e afivelado, permanecendo assim até os 1.500 pés.

2. Cinto de segurança também deverá estar afivelado até esta mesma altitude.

3. Após os 1.500 pés, capacetes e cintos poderão ser retirados até os momentos que antecedem o salto.

4. Caso haja algum salto intermediário tipo ”hop & pop” (saída seguida de abertura do paraquedas) em baixa altitude normalmente realizadas aos 6.000 pés antes e durante a abertura da porta deve-se também permanecer com o capacete na cabeça.

5. Quando a luz vermelha estiver acessa indica-se que estamos nos aproximando do ponto de lançamento /saída (PS) e a porta da aeronave deverá ser aberta por quem estiver mais próximo a ela, normalmente o(s) primeiro(s) a sair(em).

6. Quando a luz verde estiver acesa significa que estamos liberados para o salto e que a aeronave já reduziu a rotação do(s) seu (s)propulsor(es) e se posicionou adequadamente para o lançamento, esses avisos luminosos são acompanhados de um aviso sonoro intermitente.

7. Antes do paraquedista se lançar ele verificará visualmente as condições gerais ao seu redor (paraquedistas em salto, dando um intervalo de alguns segundos entre um salto e outro) e principalmente ele deverá visualizar a área de pouso, ou seja, o seu destino final onde estará seu alvo.
Durante o salto após a abertura é feita uma checagem visual e funcional do equipamento verificando se esta tudo funcionando em boa ordem, (no caso de uma anormalidade que comprometa a segurança do voo, o paraquedista realizará os procedimentos de emergência desconectando o seu velame principal e acionando o paraquedas reserva) estando tudo em ordem o paraquedista se dirigira para a área de espera (altitude compreendida entre os 2500 e 1500 pés) iniciando os procedimentos finais (pontos A, B e C) para um pouso seguro.
Em solo o paraquedista recolherá o seu velame de forma adequada visando a preservação do mesmo (evitando avarias) transportando-o até a área de dobragem.
Após o salto um “debriefing” faz-se necessário para aperfeiçoar o mesmo.
Fonte: DF - skydive Foz